Chronolympics

Estamos em tempos de guerra. 

As desculpas são múltiplas – comida, água, ideologia, religião, combustível, cada nação com seus cartazes, cada líder com seus discursos, em um conflito absoluto que já vem estendendo-se por tanto tempo que o mundo nem mesmo prova-se capaz de lembrar como começou. A inventora Helena G. Fontes, PhD, porém, tem uma teoria:

Orgulho.

Sejam cultos, raças ou nações, a constante é que grupos necessitam de identidade para manterem-se firmes, e, em grupos grandes o suficiente, identidade provém apenas de provar-se melhor que os outros. Há décadas não há uma competição amistosa entre as nações, porém o ser humano ainda insiste na necessidade de mostrar-se superior ao seu próximo, e isto resultou na catástrofe na qual vivemos. Mas ainda há esperança no coração de H.G. Fontes, cientista que encontrou, em um alfarrábio, histórias sobre um tempo de paz onde as pessoas competiam e demonstravam suas habilidades em um festival oferecido aos deuses do Monte Olimpo, e decidiu recuperar esses velhos tempos de glória se utilizando de uma tecnologia que apenas os mais ousados sequer sonharam ser possível, e que poderia causar o completo caos na humanidade se caída em mãos erradas: A viagem no tempo. A questão era por onde começar, o que reverter para findar a guerra sem origens, e, no mar de causas e consequências nebulosas, a única certeza que H.G. tem é que, se a humanidade quer uma competição, é isso que ela terá.

Contudo, algo a preocupa – Chegou em sua casa o que mais temia: Uma singela carta com uma mensagem tão horrenda quanto natural, uma ordem que anteriormente selou o destino de milhões e que o faria novamente a mais milhões caso sua missão não viesse a ser cumprida. Agora não havia mais tempo – Ela havia sido intimada a juntar-se ao exército nas frentes de batalha. Em breve viriam buscá-la, quisesse ela ou não. Não podendo abandonar o projeto de sua vida ou, pior, deixá-lo cair nas mãos dos militares, Helena toma o passo final – ou seu primeiro. “Momentos de desespero pedem medidas desesperadas”; Mesmo faltando alguns ajustes, a brilhante cientista embarca em sua viagem através das eras para acabar com toda a desolação ao seu redor. Puxou as cobertas de sua maravilhosa máquina, admirou sua bela pintura azul, seu grade disco de cobre na traseira e, com um suspiro, adentrou sua obra prima e ativou seus mecanismos, acelerando à 141,622 Km/h, e partindo com sua máquina em uma aventura Olímpica através do espaço-tempo, para entender e recuperar a única coisa capaz de salvar a humanidade dos escombros de seu Zeitgeist, o espírito olímpico!